terça-feira, 26 de outubro de 2010

2. A Palestina sob o governo de Alexandre Magno e do Egito

Eduard Lohse (2004) destaca a Batalha de Isso, que ocorreu em 333 a.C., próxima à cidade de Isso, na Ásia Menor, na qual o rei da Macedônia, Alexandre Magno, conquistou todo Império persa desde o Egito até a Índia. Essa batalha funcionou como uma abertura para o Egito através da Síria e da Palestina. Ao rápido avanço do exército macedônico, caíram Tiro e Gaza, possibilitando a Alexandre marchar pela costa do mar mediterrâneo para o Egito. Benedikt Otzen (2003) diz que Alexandre Magno conquistou com extrema rapidez todo o império persa, fato que serviu como base para o encontro entre Ocidente e Oriente, gerando assim um desenvolvimento cultural e religioso de todo Oriente Médio, inclusive desenvolvimento dos judeus.
A comunidade de Jerusalém e a liberdade do culto.

A comunidade de Jerusalém continuava praticando o culto livremente; no entanto, a entrada dos gregos em todo o país provocou uma transformação profunda. Os povos do Oriente próximo foram completamente absorvidos pelo helenismo. Fundaram-se colônias e cidades gregas. Os gregos também se estabeleceram nas cidades. Muitas delas receberam, além de nome, direito municipal grego. Os judeus da comunidade de Jerusalém podiam manter seu culto livremente, mas ainda assim ficavam admirados pela capacidade militar dos gregos.
Os gregos e a imposição da língua
Heimut Koster (2005) mostra que os habitantes da Palestina viviam na vizinhança de gregos que impuseram sua língua como língua comum. Construíram-se teatros, termas, ginásios; costumes foram assimilados, a arte médica, e a dialética. Os deuses cultuais nessas cidades eram divindades orientais com nomes gregos, Astartes como Afrodite, ou deuses gregos como Dionizio em Citópolis, cujas moedas trazem o nome. Lohse diz que o domínio grego no mundo judeu não mudou em quase nada a condição jurídica, mas mudou um pouco a questão cultural. O grego se torna uma língua obrigatória. Juntamente com a língua, chega a civilização helênica.
Logo após a morte de Alexandre Magno, o império entra em convulsão política. Em 323 a.C. morre Alexandre Magno . Quebrou-se a unidade do reino. Antígono conseguiu conquistar para si o antigo reino persa, os demais governadores antigos de Alexandre o invejaram e se dirigiram contra ele, o que fez com que Ptolomeu conseguisse recuperar a posse da Palestina e sul da Síria. Passaram-se aproximadamente cem anos sem problemas geopolíticos, e a Palestina, mais uma vez, estava sob o domínio do Egito, agora estado helenístico. Com a morte de Alexandre, aos 33 anos, o vasto império rapidamente entrou em convulsões políticas e perde-se a unidade do império. O governador Ptolomeu, com residência no Egito, ordenou a ocupação da Palestina e a colocou primeiro sob seu domínio. Mais uma vez a Palestina se encontrava nas mãos do Egito. Os Ptolomeus também não interferiram nos assuntos internos da comunidade cultual de Jerusalém. Quem dirigia o povo judeu era o sacerdote, que ordenava e administrava os interesses judaicos, como a aprovação do soberano helenístico. Ao seu lado no sinédrio estavam sacerdotes, anciãos, chefes de famílias influentes em Jerusalém – a suprema corte judaica, que se reunia sob a presidência do sumo sacerdote, a fim de tratar de todos os assuntos profanos e espirituais concernentes a toda a população judaica. Otzen nos mostra que os judeus em muitos aspectos eram auto governantes; pois eles haviam recebido o direito de “viver de acordo com as leis dos pais”. Devido à cautela e sabedoria dos sacerdotes como líderes, a comunidade judaica às vezes conseguia ter consideráveis concessões de seus governantes estrangeiros.
Depois da metade do século, o poder do sumo sacerdote diminuiu bastante, sendo este o intermediário entre os judeus e os administradores egípcios, com isto houve um período de mudanças na estrutura social do país. Começa então a surgir um novo governo dominante, tratava-se de uma aristocracia que havia enriquecido rapidamente, muitos dos quais tinham apenas uma pequena ligação com a tradição e cultura judaica.

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