terça-feira, 26 de outubro de 2010

5. Palestina sob o domínio Romano

Os romanos causaram muita opressão e revolta aos palestinos, e permaneceram como governantes supremos no período do Novo Testamento. Francisco Orofino (2008, p.108) fala que durante o último século a.C. Roma estivera envolvida em situação que causara grandes transformações com revoltas internas, guerras externas, conquistas violentas, em busca do poder e, principalmente, a mudança de governo da República para o primeiro sistema de triunvirato, um sistema de acordo entre Pompeu, Crasso e César chegando ao império. E sob o ponto de vista político de Roma, o tempo de vida de Jesus estava inserido com os dois imperadores: Otaviano Augusto ( 27-14 d.C ) e Tibério (!4-37 d.C).

Cézar

Crassus

Pompeu


LOHSE fala que rei Alexandre Janeu governou durante 27 anos e depois de sua morte, assumiu o poder sua esposa Salomé Alexandra. Para assumir o poder, ela teria que assumir a posição de rainha e a função do sacerdócio. Como as mulheres não podiam assumir as funções de sumo sacerdócio, foi obrigada a transferir para o seu filho mais velho Hircano II. A rainha e Hircano se aliaram aos fariseus. Salomé governou 9 anos. Depois de sua morte, seu filho mais novo, Aristóbulo II, simpatizante dos saduceus, entrou na disputa pela sucessão. Essa briga se transformou num conflito armado em que Aristóbulo saiu vencedor, mas o poder superior de Roma interferiu e Pompeu apoiou Hircano II e Aristóbulo foi levado preso para Roma juntamente com seus dois filhos.
Segundo Horsley (2007, p. 34, 43-44) , quando o general romano Pompeu assumiu o controle da Palestina em 63 a.C, o objetivo maior daquela operação não era apenas uma conquista militar, mas na verdade era concretizar a dominação de uma das facções asmonéias existentes em Jerusalém, considerada a mais inflexível porque ela resistia a todas as tentativas de acordo. Cercou Jerusalém, dominou a cidade e tomou o templo, massacrou os sacerdotes que estavam ministrando e entrou no Santos dos Santos. Isso para os judeus foi um sacrilégio que jamais poderiam esquecer. Nesta mesma oportunidade os romanos libertaram e restauraram as cidades helenísticas e outras áreas da Palestina que tinham sido conquistadas e judaizadas pelos asmoneus. Os territórios judeus da Galiléia, Peréia, Iduméia, Judéia foram submetidos a altos tributos.
De acordo com Paull Lawrence,  a guerra civil foi marcada por uma rivalidade entre os membros do triunvirato. Em 53 a.C, Crasso foi morto, César conquistou a Gália em 49 a.C e tornou-se o homem mais poderoso de Roma. Pompeu, insatisfeito com isso, rompeu a aliança do triunvirato e juntou-se ao senado, declarando César como inimigo de Roma, o qual respondeu com uma guerra civil. Com seu exército perseguiu Pompeu, que fugiu para o Egito e lá foi assassinado. César elegeu Cleópatra rainha do Egito. Na sua gestão, trocou todos os participantes do senado colocando pessoas de sua confiança.
O triunfo de César durou pouco, pois ele foi assassinado em 44 a.C. com 28 punhaladas, uma delas pelo filho adotivo Bruto, e por um grupo de Senadores; por ironia do destino, caiu aos pés da estátua de Pompeu. A morte de César deu início a um novo capítulo da guerra civil; desta vez entre Marco Antônio, Cleópatra, rainha do Egito, e Otaviano. Com a vitória de Otaviano, o Egito tornou-se uma província romana em 30 a.C; Otaviano voltou a Roma, fechou o templo de Janus, sinalizando que o mundo estava em paz - a chamada Pax Romana. Em 27 a.C, ele recebeu do senado o título de Augusto tornando-se o primeiro imperador romano. Quando Jesus nasceu, quase toda a costa do Mediterrâneo estava sob o domínio romano.
Em sua narrativa, LOHSE (200, p.32) diz que Herodes pediu ajuda aos romanos e foi nomeado rei dos judeus. É bom lembrar que este título foi dado por Roma, mas nunca foi aceito pelos judeus. Ele adquiriu a graça de Otaviano Augusto, eliminou os adversários do seu governo e estava sempre alerto a tudo que ameaçava seu poder; qualquer um que tornasse perigo para ele era assassinado. Temendo os asmoneus, mandou matar a esposa, o cunhado e os filhos; bem como o seu primogênito “Antípatro”, como traidor, referindo à proibição da lei judaica.
Herodes fez tudo para ser simpático aos judeus. Considerava gregos e judeus como iguais, e se adequava a cada um. Reuniu ao redor de si um círculo de helenistas cultos; fez vários benefícios públicos visando garantir o seu domínio; ampliou e reformou o Templo, a Fortaleza de Antonia (residência de segurança das autoridades romanas); fez um embelezamento e melhorias em Jerusalém e Jericó e em várias outras cidades. Mas tudo isso teve um preço alto e amargo para o povo: Preço de sangue, violência, opressão e miséria.
Brawn (2004, p.123) ressalta a desconfiança de Herodes em relação a seus rivais, que  era tão grande a ponto de ele ter mandado construir impenetráveis fortalezas, com objetivos específicos, inclusive a Fortaleza de Maqueronte na Transjordânia, na qual João Batista foi assassinado mais tarde, além de outros assassinatos, inclusive de alguns de seus filhos. A brutal crueldade de Herodes, considerada uma insanidade, é que fez surgir a narrativa de Mateus acerca do massacre de todas as crianças do sexo masculino até dois anos de idade em Belém, como parte de seu desejo de matar JESUS (considerado uma ameaça).
Os últimos anos de Herodes, de acordo com Otzen (2003, p.55), foram cheios de contendas com os filhos de seus vários casamentos, inclusive tentou executar os três, mas depois resolveu mudar o testamento ficando assim dividido: Parte central da Palestina (Iduméia, Judéia e Samaria) foi para Herodes Arquelau; A Galiléia e a Peréia, para Herodes Antipas; A parte norte do território ao leste do Jordão ficou com Filipe. Foi no reino de Herodes Antipas que João Batista (Peréia) e Jesus de Nazaré (Galiléia) atuaram publicamente e Herodes Antipas foi o responsável pela morte de João Batista.
Brawn (2004, p.125) ainda ressalta que o governo de Arquelau foi o pior. Ele despertou o ódio de seus subjugados a ponto de enviarem uma delegação ao imperador, o qual mandou destitui-lo do cargo e exilar na Gália. Daí o seu território passou a ser uma província imperial da Judéia. Quirino, embaixador romano da Síria, aproveitando esta oportunidade, realizou um censo com o objetivo de coletar impostos como controle romano. Nesta época Pôncio Pilatos exercia o cargo de procurador que controlava Jerusalém e a Judéia, onde Jesus passou seus últimos dias e foi crucificado em (26-36 d.C.). Sua administração foi definida como corrupta, violenta, cruel, com várias execuções sem processo. Tudo isso porque um procurador era um funcionário remunerado, representante diretamente do imperador e tinha poderes civis, militares e jurídicos, portanto, podia mandar e desmandar.













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